A perspectiva de uma queda e a destruição de um patrimônio natural são os dois temas centrais desse projeto chamado “Lenhador“. Essa exploração evocativa investiga a complexa relação entre a humanidade e a natureza, concentrando-se especificamente no impacto das atividades humanas no cerrado brasileiro, uma vasta savana tropical que é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo.

No cerrado brasileiro, nasce o Tamboril (Enterolobium contortisiliquum), uma árvore majestosa que pode atingir até 35 metros de altura. Com sua copa ampla e frondosa, o Tamboril proporciona sombra densa e é uma característica marcante da paisagem. Suas distintas vagens pretas, contorcidas e indeiscentes contêm sementes duras e amareladas, o que contribui para sua aparência única. Para muitos, o Tamboril não é apenas uma árvore, mas uma fonte de beleza natural e um testemunho vivo do rico patrimônio ecológico do cerrado. Ele é um símbolo de resiliência e do intrincado equilíbrio do ecossistema.

Entretanto, as percepções sobre o Tamboril não são universalmente positivas. Enquanto alguns o veem como uma parte essencial da paisagem, fornecendo sombra e contribuindo para a biodiversidade da região, outros o consideram um incômodo. Essa dicotomia é fundamental para o projeto “Lenhador“, que usa um ensaio fotográfico para retratar as atitudes contrastantes em relação ao Tamboril. As imagens capturam a grandeza da árvore e a brutalidade de sua poda, mostrando a abertura de feridas infligidas por mãos humanas.

O projeto levanta questões importantes sobre nosso relacionamento com a natureza e as consequências de nossas ações. Ele destaca a tensão entre desenvolvimento e conservação, questionando se a destruição de tal patrimônio natural é justificada por ganhos de curto prazo. Como revelam as imagens do Tamboril podado, as feridas infligidas a essas árvores são um símbolo das feridas mais amplas infligidas ao meio ambiente. O projeto instiga os espectadores a refletir sobre os impactos de longo prazo do desmatamento e da destruição do habitat, não apenas no Tamboril, mas em todo o ecossistema do cerrado.

Lenhador” é um lembrete pungente da fragilidade de nosso mundo natural e da importância de preservá-lo para as gerações futuras. Por meio de suas imagens poderosas e temas evocativos, ele pede uma reavaliação da forma como interagimos com nosso meio ambiente, incentivando uma abordagem mais sustentável e respeitosa do gerenciamento de recursos naturais. Em última análise, o projeto serve como um testemunho da beleza duradoura e da resiliência do Tamboril, mesmo diante da adversidade, e um chamado à ação para proteger e valorizar nosso patrimônio natural.












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